ESCOLAS CONECTADAS  – Governo precisa dobrar ritmo para cumprir meta de acesso à internet em 100% das instituições públicas de ensino

ESCOLAS CONECTADAS – Governo precisa dobrar ritmo para cumprir meta de acesso à internet em 100% das instituições públicas de ensino

De acordo com o Ministério da Educação, 12 mil colégios passaram a ter velocidade de internet adequada em um ano, mas ainda faltam 53 mil

Um ano depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometer conectar todas as escolas públicas, dados do Ministério da Educação (MEC) mostram que o país avançou nesse período, mas em ritmo ainda mais lento do que o necessário. Segundo a pasta, foram 12 mil os colégios que passaram a ter velocidade de internet adequada. No entanto, ainda faltam 53 mil que não têm conexão ou não estão nesse patamar de velocidade. Isso significa que será preciso dobrar a celeridade com que as unidades são conectadas para o governo bater a meta.

Dados do Censo Escolar mostram que 118 mil escolas declararam ter internet. Dessas, 81 mil têm velocidade de internet adequada, que, na maior parte dos casos, é de 1 mbps por aluno no turno mais movimentado. Além de universalizar esse patamar de acesso, a Estratégia Nacional de Escolas Conectadas (Enec), lançada em setembro de 2023 com previsão de orçamento de R$ 8,8 bilhões, projeta acesso à energia elétrica a todas as escolas e distribuição de wi-fi. Segundo o MEC, houve avanço em todas as métricas.

Escolas Conectadas – A Estratégia Nacional de Escolas Conectadas é um esforço do governo federal, em colaboração com os sistemas de ensino, que visa direcionar e garantir a conectividade para fins pedagógicos em todas as escolas públicas de educação básica do País, assim como o apoio à aquisição e à melhoria dos dispositivos e equipamentos presentes nas escolas. A estratégia pretende universalizar o acesso à internet de qualidade nas escolas de educação básica no Brasil até 2026, garantindo que todas tenham energia elétrica, conexão de alta velocidade e com distribuição de sinal para os ambientes pedagógicos em rede sem fio, a fim de que sejam usados recursos de ensino e aprendizagem on-line. 

Em agosto deste ano foi realizada a chamada de propostas para a contratação de fornecedores de serviços de instalação de sistemas fotovoltaicos, conexão à internet e solução de infraestrutura de Rede Wi-Fi para escolas de todo o País. Os serviços contratados devem beneficiar 10.551 unidades de ensino, das redes federal, estaduais e municipais de 23 estados brasileiros. A iniciativa está inserida no âmbito da Estratégia Nacional de Escolas Conectadas (Enec), lançada pelo Ministério da Educação (MEC).  

A Bahia foi um dos estados com instituições de ensino contempladas, além do Acre, Alagoas, Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. Várias escolas de Roraima e do Amapá foram incluídas nas fases 2 e 3 do Aprender Conectado. 

Na avaliação de integrantes do governo, esse primeiro ano foi de organização da estratégia e da realização de licitação. Agora, a expectativa é de que nos anos de 2025 e 2026 as contratações terminem, as obras sejam feitas e que as escolas sejam conectadas mais rapidamente.

Dentro da Estratégia Nacional de Escolas Conectadas há pelo menos cinco políticas atuando ao mesmo tempo. As três que são de responsabilidade do Ministério da Comunicação atendem a áreas distantes, onde não há infraestrutura de comunicação adequada e que precisa ser construída.

Duas delas somam quase R$ 5 bilhões, dinheiro que vem do programa Aprender Conectado, verba que é resultado do leilão do 5G e de modalidades de uso do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). A previsão é que, juntos, eles atendam 60 mil escolas. Já as áreas que precisam de internet via satélite são contempladas por uma terceira via, o programa Governo Eletrônico — Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac). Até agora, 8,5 mil escolas já receberam antenas e mais três mil devem ser atendidas.

O diagnóstico de que o primeiro ano foi de arrumação de casa e que é possível cumprir a meta também é compartilhado por Cristieni Castilhos, especialista em projetos de tecnologia para educação e diretora-executiva da MegaEdu, uma ONG que acompanha a conectividade das escolas.

Desafio pedagógico

De acordo com o MEC, a Enec ainda tem instalado medidores de velocidade nas escolas para o acompanhamento da conexão adequada. Até agora, 79 mil têm o medidor. Isso representa 58% das escolas. Outro eixo importante, segundo o MEC, é a preparação da escola para usar a internet como um componente pedagógico. Isso envolve currículo, formação de professores, disponibilização de recursos educacionais digitais e melhorias de gestão usando a tecnologia.

Fonte: O Globo e Portal MEC

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