8ª CONFERÊNCIA DA CNTE REFORÇA A UNIDADE DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO

8ª CONFERÊNCIA DA CNTE REFORÇA A UNIDADE DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO

A APLB-Sindicato esteve presente na 8ª Conferência Nacional de Educação Paulo Freire da CNTE, realizada em Recife (PE), em 20 e 21 de setembro. A conferência aprovou a proposta apresentada para debate pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação com apenas algumas emendas aditivas e que não descaracterizam “e não se contrapõem à viabilidade do Piso que é a proposta do Conselho Nacional de Entidades”, avaliou Roberto Leão, presidente da CNTE.

A plenária final chegou a votar duas emendas referentes ao Piso e aos 10% do PIB para a educação, mas ambas foram rejeitadas. “A nossa proposta mantém o ganho real e da forma como está vai colocar os governadores ‘no canto’ como se fala popularmente porque eles romperam o processo de negociação quando estávamos discutindo possibilidades de encontrar uma saída para os problemas que o Piso tem para ser efetivamente implementado no país”, explicou Leão.

A CNTE já tem duas datas confirmadas para mobilizações nos estados onde os governadores assinaram a Ação de Inconstitucionalidade (Adin) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). A primeira ocorrerá no dia 1º de outubro, no Rio Grande do Sul e a outra será realizada no dia 16 de outubro no Mato Grosso do Sul.

O último dia foi marcado por muita discussão. Na plenária final, várias manifestações pró e contra mobilizaram e esquentaram o debate. No final, o balanço do encontro é de fortalecimento. Segundo Leão, a 8ª Conferência refletiu a unidade da CNTE “que é o que mais importante para enfrentarmos os desafios pela frente”.

Para Juçara Dutra Vieira, vice-presidente da Internacional da Educação (IE), a Conferência foi um momento rico que trará bons frutos. “Todos que nos assistem devem participar desse momento porque aqui está o movimento social mais consequente da educação básica do país”, avaliou.

Esse ano, o encontro teve com tema Construindo um Movimento Pedagógico Nacional e Latino-Americano e, segundo Juçara, “o movimento latino-americano tem lado e identidade, nome e endereço”.

 Para Combertty Rodriguez, Coordenador da Internacional da Educação para a América Latina (IEAL), “a educação é hoje tema central em toda a região e é preciso colocá-la em um debate social”. Ele elogiou a atuação da CNTE como uma entidade “ativa e com grande força”.

A presença dos representantes da América Latina, segundo Leão, foi um “reconhecimento do trabalho que a CNTE desenvolve de articulação com outros países”, disse. O deputado federal da Argentina, Tito Nena, revelou que “hoje podemos nos orgulhar de estarmos unidos e organizados”.

A próxima Conferência já está marcada para o período de 19 a 21 de setembro de 2013 em Recife e reunirá educadores do Brasil e da América Latina O evento consolida o debate dos países que integram o movimento pedagógico latino-americano, cujo objetivo é a construção de uma pedagogia própria para o continente.

 8ª Conferência: formação e valorização dos trabalhadores em educação tomaram conta do debate

A formação e a valorização dos trabalhadores em educação tomaram conta do debate da 8ª Conferência Nacional de Educação na tarde do segundo dia de encontro. A discussão é ampla e reuniu aspectos como plano de carreira, Piso Nacional e a estrutura democrática e as conquistas pedagógicas.

O professor e ex-presidente da CNTE, Carlos Abicalil, provocou os participantes com questionamentos sobre os instrumentos e as ferramentas de valorização dos educadores e fez um alerta para o risco do uso frequente da palavra docência nalegislação. “Essa migração de um termo para o outro pode significar uma restrição de direitos principalmente de carreira”, disse.

Piso – o professor João Monlevade fez um resgate histórico da identidade dos profissionais de educação: “Estamos num momento de poder evoluir”. Ele defendeu a extensão do Piso Nacional para os funcionários de escola baseado no Art.206 da Constituição Federal.

“O inciso 8º fala da fixação de um piso salarial por lei federal para todos os incluindo os profissionais de escola. Agora, isso só será possível quando a maioria dos funcionários for profissionalizada”, avaliou.

Formandos – A professora Maria Isabel de Almeida, da USP, apresentou os primeiros resultados de uma pesquisa sobre os rumos e as escolhas dos formandos em licenciatura da Universidade. O levantamento está ainda em fase inicial, mas já apontou resultados surpreendentes.

“Chamou a atenção, por exemplo, o fato de que o numero de formandos que ingressam na escola pública é maior do que se diz”, revelou. A pesquisa abrange 31,6% dos 433 mil formandos entre 2005 e 2008 em 17 áreas. Desse universo, 60% revelaram que são educadores. A pesquisa vai durar cinco anos.

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