Greve pelo Piso visa a defesa da educação

Opinião da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE)

Greve pelo Piso visa a defesa da educação

A decisão da CNTE de marcar para o dia 29 de agosto a paralisação nacional dos trabalhadores em educação em favor do Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN) visa, na verdade, assegurar conquista que se reflete diretamente sobre a qualidade da educação e, conseqüentemente, sobre o futuro das próximas gerações e do País.

Diversas pesquisas da CNTE mostraram que, apesar de a questão salarial ser considerada importante, até mesmo pelos pais de alunos, os trabalhadores em educação nunca a colocaram isoladamente de outras políticas inerentes à qualidade do ensino, dentre as quais, a formação inicial e continuada dentro de uma concepção de carreira profissional, o que nos coloca, como categoria, em situação extremamente confortável para assumirmos o protagonismo das lutas em defesa e promoção de uma educação pública, gratuita e de qualidade na qual, finalmente, a questão salarial se insira.

Chegado, porém, o momento de o governo acertar suas contas com nossos contracheques, o que vemos é uma tentativa de consolidar uma política salarial inadequada ao País. Nossa greve, portanto, tirará proveito das aulas públicas que serão organizadas em todas as cidades para explicar à população a importância de defendermos a proposta de criação do Piso Salarial Profissional Nacional conforme o parecer do relator, deputado Severiano Alves (PDT-BA).

Aprovado como está, o projeto representará uma efetiva melhoria nas condições de vida e trabalho de uma categoria responsável pela garantia de um direito humano e social básico para todos os outros direitos. Não é por outro motivo que, a exemplo da manifestação da CUT no último dia 15, aproveitaremos a greve para insistir na defesa dos mesmos pontos, entre os quais a manutenção do veto do presidente Lula à Emenda 3, a retirada imediata do PLP 01/2007, a mudanças na política econômica, o direito irrestrito de greve e contra o interdito proibitório, a garantia da negociação coletiva no serviço público e respeito total à organização dos trabalhadores, a defesa da previdência pública para todos e a ampliação dos direitos, a reforma agrária e a implementação de incentivos à agricultura familiar; e a valorização da educação pública, que passa, necessariamente, pela valorização do educador.

É importante deixar claro que o Projeto de Lei 619/07 não se limita a indicar valores. Mas do que isso, estabelece uma política salarial que uma vez transformada se consolidará como um dos pilares da valorização profissional. Por isso, é fundamental que essa lei determine parâmetros razoáveis, caso contrário, nossa luta por um salário digno e compatível com as responsabilidades de nosso trabalho se alongará.

A hora é agora. De novo, vamos lutar e vencer.

 

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