AGENDA DE PARALISAÇÃO: APLB-Sindicato comanda passeata dos trabalhadores no Comércio

AGENDA DE PARALISAÇÃO: APLB-Sindicato comanda passeata dos trabalhadores no Comércio

A agenda de paralisação dos trabalhadores em Educação do município de Salvador segue a todo vapor, com a participação expressiva da categoria. Na manhã desta quinta-feira, 20, a APLB-Sindicato comandou mais uma manifestação exitosa, desta vez na região do Comércio. Após a concentração na Praça Cairu, em frente a um dos cartões postais da cidade – o Mercado Modelo -, os trabalhadores saíram em caminhada até a Praça Conde dos Arcos, retornando ao local pela Rua da França.

Seja na Cidade Alta, no Centro ou na Cidade Baixa, os trabalhadores continuam na luta contra as reformas impostas pelo ilegítimo Temer (Reforma da Previdência, Trabalhista e a Terceirização) e a favor da valorização da categoria pelo Executivo Municipal, que até o momento não ofereceu nenhuma proposta de reajuste salarial nem outros direitos e permanece com a sua política do pão e circo, sem se preocupar com a qualidade da Educação em Salvador.

Durante a passeata, os participantes se manifestaram com faixas, cartazes, apitos, carro de som e caricaturas de alguns políticos, mostrando a insatisfação sobre a onda de corrupção que assola o país, incluindo aí Michel Temer, o único presidente da história indiciado por este crime. Professores e alunos também aproveitaram o momento para dialogarem com a população sobre a realidade da rede municipal de ensino de Salvador.

Rose Maria denuncia falta de recursos na escola em que estuda (Foto: Thaís Seixas | APLB-Sindicato)

A aluna Rose Maria, da EJA da Escola Municipal Dom Pedro I, em Paripe, denuncia as péssimas condições estruturais e falta de material na unidade. “A escola está caindo aos pedaços, falta tudo. A única coisa que restou foram as professoras, que seguem com dificuldades e na resistência. Está tudo quebrado, falta merenda, fardamento há 3 anos, piloto para escrever, material, papel de ofício, merenda e gás. Ficamos quase dois meses sem gás para a merenda, até que a vice-diretora comprou com o próprio dinheiro. É uma falta de compreensão e respeito do prefeito ACM Neto. Há quase dois anos, ele disse que ia mudar o prédio para reformar a escola e até hoje ela está lá, com um calor insuportável e ventiladores barulhentos, que precisam ficar desligados durante as aulas”.

Já a professora Maria do Carmo, da Escola Municipal Batista Vasco da Gama, prestou seu depoimento em tom de desabafo. “Trabalho numa sala de recursos, em que os alunos com deficiência precisam de fraldas e não têm. Acredito que essa seja a mesma realidade dos CMEIs. Faltam fraldas, lençóis, material de uso do aluno, pratos e copos, que a prefeitura precisa manter, porque recolhe o FNDE e o Fundeb, que pagam por tudo isso. A gente precisa deste repasse e também do reajuste, que não temos há dois anos”, revela ela.

Maria do Carmo denuncia péssimas condições estruturais da escola (Foto: Thaís Seixas | APLB-Sindicato)

A direção da APLB-Sindicato busca, sistematicamente, a continuidade das negociações com o Executivo Municipal para que, na próxima assembleia da categoria, uma nova proposta seja apresentada aos trabalhadores.

Entretanto, a secretária municipal da Educação, Paloma Modesto, diz à imprensa e publica nas redes sociais que a proposta de reajuste salarial é “pouco razoável” devido à crise econômica. Mas a categoria vai às ruas para reagir, pois quem promoveu a crise no país não foram os trabalhadores, mas sim o próprio grupo do qual o prefeito e a secretária fazem parte. Atualmente, o país sofre com o aumento do desemprego, do custo de vida e da crise, resultado da política de quem está no poder de forma ilegítima.

Em âmbito municipal, o prefeito ACM Neto, em vez de negociar com os trabalhadores em Educação, viajou a Brasília para apoiar Temer e planejar ações retrógradas, reforçando a aprovação da Reforma da Previdência e a retirada de direitos. Mas os trabalhadores seguem atentos àqueles que votaram a favor da Reforma Trabalhista e não vão esquecer disto nas próximas eleições!

Por conta destas e de outras questões, a luta da categoria não para!

Fotos: Getúlio Lefundes | APLB-Sindicato

 

PRÓXIMAS AÇÕES

Sexta-feira, 21, e segunda-feira, 24
– Aulas de cidadania nas escolas: reunião com os pais e alunos, discutindo a situação da política atual, enfatizando o retrocesso das reformas da Previdência, Trabalhista e a Terceirização, e a luta específica da categoria, pela valorização dos trabalhadores e por uma educação de qualidade;
– Entrega das cartas à comunidade;
– Representantes de escola devem se reunir internamente para avaliar a paralisação de 48 horas e discutir propostas para a continuidade da luta.

Quarta-feira, 26
Às 14h, na sede da APLB: Reunião geral dos representantes de escola para avaliar o movimento, discutir a agenda de luta e organizar as ações aprovadas em assembleia

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